EU!

EU!
Sem café não existo!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

GLADIADORES DO SEC. XXI



















Nas civilizações primitivas, os homens lutavam e matavam-se à paulada.

Até há cerca de 2000 anos, durante seis séculos, imperadores romanos promoveram, como entretenimento da plateia dos coliseus, as lutas dos gladiadores, entre si ou contra animais ferozes. Estas lutas eram um espectáculo preferido dos romanos, e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater. Nesse momento do combate é que era determinado por quem presidia aos jogos, se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reacção dos espectadores do duelo.

Hoje ainda vemos os animais a lutar uns contra os outros. Destroçam-se, matam-se e... comem-se, é natural, para manterem o seu domínio, o seu território, a sua liderança, a sua sobrevivência e a continuação da sua espécie.

Mas, nós, os Homens, tornamos em gladiadores "civilizados" do século XXI. No palco do coliseu das sociedades, as lutas continuam, só que à maneira das lutas "civilizadas", agindo como os nossos antepassados (fomos bem ensinados).

Os homens de hoje, elegantemente vestidos, com gravatas de seda, fatos caros, camisas finas e de marcas elegantes, demagogas e estereotipadas frases e formas externas bem cuidadas e estudadas, ferem e esmagam os seus opositores sem piedade. Não tão com não menos crueldade, selvagismo e ódio dos imperadores romanos ou de um animal não civilizado. Mas, fazem tudo "civilizadamente". A lei da selva continua de pé.

O mais forte destrói o mais fraco. Há que fazer tudo "civilizadamente". Há que portar-se "civilizadamente". Há que matar-se "civilizadamente". Hoje fazemos tudo "civilizadamente". Dão-se falsas desculpas e mente-se "civilizadamente". Atropelam-se os outros "civilizadamente". Rouba-se "civilizadamente"…

Quanto mais débil e vulnerável é a presa, mais se enfurece o caçador, há que fazer agressão para mostrar a sua força.

Passar por cima de tudo e de todos, ganhar todas as batalhas do dinheiro, tornou-se mais importante do que salvar uma vida, ter amizade e dar atenção a alguém que possa precisar.

Organizações mundiais contra a fome, e dos direitos humanos são constituídas, todos nós tentamos de alguma forma contribuir com algo, dão-se modelos económicos e normas de conduta, falamos e tornamos a falar, contudo, perguntamos: - Porque enriquecem os mais poderosos? Porque, cada vez mais, há pobres a serem engolidos e absorvidos numa triste e cruel miséria?

O mais grave em todo este panorama do nosso mundo "civilizado", é que nos acostumamos a isso, e quase não nos impressiona nem nos preocupa. Sem dar-nos conta, não fazemos mais do que os antigos espectadores das plateias dos coliseus, aplaudimos e depois, decidimos quem vai morrer ou continuar a viver.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O ACTOR

Cansei-me.
Desliguei o leitor de CD’s, fechei o livro, e rodei do sofá para o chão. Cheguei à janela, afastei as cortinas. Chovia a “potes”.

Fui comer. Voltei à janela. Já não chovia. A noite estava escura, o ar, fresco da chuva, cheirava a terra molhada; a cidade lavada. Vesti a gabardine e saí.

Cá fora, a cidade viva acolheu-me. No meio dos seus ruídos habituais, nas luzes do passeio. Percorri algumas casas e vi um bar um pouco retirado. Era um destes bares que não dá “muitos nas vistas”, sossegado e ao mesmo tempo, barulhento.

Com alguns empurrões, consegui passar e chegar ao balcão. Pousei o cabo do guarda-chuva na borda do balcão e sentei-me. O bar estava quente e o fumo bailava no ar iluminado. Senti o cheiro a vinho, a álcool. Ouvi as gargalhadas impiedosas de duas mulheres e dois homens que se acompanhavam. Deviam ser novos e contavam anedotas. Eram pessoas vulgares que se costumam encontrar nas pastelarias da cidade, quando vão tomar a sua “bica” após o jantar. Estes foram os que mais me atraíram a atenção. Não, esperem... ali um sujeito ao fundo do balcão, a beber cerveja...

- Desculpe, que deseja? – perguntou-me o empregado.

- Ah! Sim... um whisky, por favor.
Trouxe-me um cálice, encheu-o até ao meio e foi-se embora.

Bebia-o lentamente. O tal sujeito, desagradável, de olhos extraordinariamente brilhantes, olhou para mim, primeiro indiferentemente, abriu a boca, entortou-a, teve um gesto arrogante e voltou o rosto.

Estava mal vestido, tinha um casaco forte, gasto e sapatos demasiado velhos para quem vivesse bem.

Olhou-me de novo. Agora com interesse. Desviei a cara, não me interessava a sua companhia. Ele rodou o banco, desceu lentamente, meteu uma das mãos nos bolsos e veio com “ares de grande senhor” para o pé do meu banco.

O empregado viu-o e disse-me:
- Não lhe ligue... é doido “varrido” e “chato”.
Não lhe respondi.

Entretanto, ele examinava-me por trás e fingi não perceber. Sentou-se ao meu lado.

- É novo aqui?!... – disse-me
Respondo com um aceno.
- Hum!...
- Porque veio? Gosta desta gente?...
- Não os conheço – cortei bruscamente.
Eu devia ter um ar extremamente antipático. Mas, ele não desistiu.

-Ouça, - disse-me em voz baixa, levantando-a logo a seguir – devia ter ficado lá donde saiu, isto aqui não vale nada. Vá-se por mim... Está a ver aqueles “parvos” ali ao canto? Todos reparam neles... levam o dia a contar anedotas que conhecem já de “cor e salteado”...Vá-se embora. Todos lhe devem querer dizer, também, que não “ligue”, que sou doido...

Tinha os olhos raiados de sangue. Devia estar bêbado. Havia qualquer coisa nos seus olhos que me fez pensar. Era um homem demasiado teatral, havia nos seus gestos e segurança premeditada, simplicidade sofisticada do actor. Cada palavra sua, cada gesto, eram representações. Aquele homem não devia falar, devia fazer discursos.

Estudando-me persistentemente, disse-me:
- Você faz lembrar-me de alguém que conheço há muito, mas não sei quem é... Devia ter estado com esse alguém, até talvez num dia como este em que a chuva caía de mansinho... mas, esse alguém decerto partiu... como todos... vão-se embora na noite escura, ao som da chuva... nem olham para ver como fico.

Encolheu miseravelmente os ombros, alargou demasiado os braços e calou-se.

Eram três da manhã. Tinha agarrado uma “piela” com o ilustre desconhecido. Tinha os olhos muito abertos, os cotovelos fincados na mesa da cozinha e as mãos fechadas a segurarem-me os queixos pendentes. Ele tinha um dedo no ar, o indicador, em frente ao meu nariz, abanava a cabeça e balançava o dedo perante os meus olhos. Ria às gargalhadas, deixava a cabeça cair-lhe e quis levantar-se. O banco arrastou-se por uns momentos e cai com um estrondo. Olhou para mim com um ar empobrecido, parou de rir e fez: redondo no chão. Tonto, apanhei-o e arrastei-o para a sala.

Deixei-o dormir ali mesmo. Cobri-o com uma manta, olhei-o por uns instantes e fui aos “ziguezagues” para o meu quarto.

No dia seguinte acordei com uma terrível dor de cabeça. Dirigi-me aos tropeções para a casa de banho. Vi escrito no espelho, a espuma de barba; “Desculpe-me, obrigado. Não condene a miséria!”

Comecei a encontrá-lo todos os dias à noite. Fazíamos digressões nocturnas, íamos ao teatro. Quando percorríamos os corredores dos bastidores, que ele tão bem conhecia, saltavam-nos ao caminho actores que nos cumprimentavam; punham-lhe a mão no ombro e quando ele se voltava, davam-lhe grandes abraços. Quase toda a gente o conhecia.


E via-lhe os olhos subitamente tristes, angustiados. Ele não se esforçava por esconder a tristeza: era uma tristeza teatral. De vez em quando, acenava a cabeça para alguns dos seus amigos e dizia:
- Não devia ter deixado...

Inesperadamente, saía porta fora, certamente a chorar, deixando-me só. Quando saía via-o pelo canto do olho encostado a uma parede mal iluminada, mão nos bolsos, pé alçado e encostado à parede, cenho franzido e lábios esticados. Nessas ocasiões estacava, por momentos, e resolvia deixa-lo só. Estugava o passo e não voltava a olhar para trás.

O seu humor era variável. Tanto estava obstinadamente calado e sério, como ria sem saber porquê.

De certa vez, passei dois dias sem o ver. Ao terceiro perguntei ao “barmen”:
- Sabe o que é feito do actor?... Não o tenho visto.

- Ainda não sabia que ele tinha morrido? Foi anteontem. A esta hora já deve estar enterrado...foi melhor para ele...

Nem o ouvia. As minhas mãos crisparam-se à roda do corpo, cerrei os dentes. Queria chorar e não conseguia. E parti a correr pelas ruas. Por fim, cansei-me. Continuei a andar na noite, pelas ruas iluminadas. E vi desfilar as imagens. Estava vazio e, no entanto, tantas recordações. Não sentia nada, e apenas via as ruas iluminadas, as montras, os jardins.

Acabei por me cansar, de madrugada tive um sonho esquecido.

Percorro as ruas à noite, os bares escondidos, à espera de encontrar um actor “louco e chato”. De saborear mentira inocente transformada em verdade ideal. E há anos que nada disso acontece. É verdade que há sujeitos ao fundo do balcão, mal vestidos, a beber cerveja... mas nenhum que venha e pergunte se sou novo aqui... As pessoas continuam a rir como dantes, todos os dias vejo as mesmas caras, e se me perguntarem se gosto desta gente digo-te que não as conheço ainda... e olho-os na esperança que venha algum deles e que lhe possa dizer, como a raposa de “ O principezinho”:
- Por favor cativa-me.

Acordei, tinha parado de chover, lá fora ouviam-se as gotas mais tímidas ainda a cair dos telhados, fazendo um tic-tac na soleira do chão, como quem diz o tempo da vida continua, por segundos parei o tempo e pensei: - mais um dia irá começar e neste dia eu irei pisar, outra vez, o palco, mesmo conscientemente, por instinto, sempre na esperança de não perder o guião... Vivemos a loucura de cada representação, repetimos cenas batidas, reinventamos argumentos, escolhemos a personagem de cada dia, actores solitários, num palco povoado, ou não, mas onde nos sentimos e fazemos actores principais, mesmo que tantas vezes por opção, ou imposição desempenhemos papéis secundários...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

MEMÓRIAS DE UMA MANHÃ NA MINHA CIDADE
























Sentado num banco do parque infantil da cidade, olhava as folhas amarelecidas que caiam para o chão. Folhas despidas, nuas pisadas por todos, caiam aqui e além e atapetavam o solo húmido do inverno. Folhas que outrora foram vida, eram agora a fraqueza nua e esquecida da rua, a natureza em desmando.

As crianças brincavam pelo parque, como folhas verdes ainda nas árvores, espezinhavam, sem se aperceberem, as folhas moribundas. O vento frio vindo do norte criava remoinhos de folhas inertes e levianas. Eram levadas e trazidas por qualquer imprevisto e leve sopro do vento.

Passavam diante os meus olhos e na minha mente surgiram os acontecimentos que foram trazidos e levados por uma qualquer brisa de momento.

Como eram contraditórios os dias, ali estava eu sentado e calmo, sem os remoinhos dos problemas do dia-a-dia do trabalho quando todos os dias repetia o mesmo. Levantava-me cedo, tomava o café e para o trabalho ia a andar. Ouvia um cliente, outro tinha de ouvir e quando vinha o último, o cansaço era maior, mais era o desejo de gritar:

- Alto! Por favor, não posso mais, estou confuso, sinto-me louco, tornei-me na máquina perfeita que se adapta em cada competição, encontrando sempre a melhor manipulação das fraquezas dos outros!

Por fim, após longas horas de trabalho de dia, chegava alguma paz. Voltavam para mim os momentos adorados que ligeiramente se desfaziam, consumidos no olhar das estrelas e do luar. Tudo brilhava na noite, como o sol das manhas belas e puras. Era Verão.

Mas ali, diante de mim brincavam as crianças com os pais. Pouco a pouco, folhas e pessoas confundiam-se. Tornava-se já difícil distinguir qual era umas e outras. Também que importa? Todas eram levadas pelo vento. E neste momento esquecia que vivia neste mundo, mas quando tudo, devido ao tempo, se esvai, ele recaia sobre mim como um turbilhão de folhas em peso de aço, esmagando os meus pensamentos. Era chegada a hora de ter que me ir embora, não podia continuar mais ali. A fantasia tornava-se realidade.

Desperto com os ruídos da madrugada, é um carro, é uma mota, é um grito desvairado, e ao longe ouve-se uma criança que chora. O ruído quebra-me os tímpanos, rasga-me os ossos…

Era o começo de mais um dia, repetia a tarefa do dia anterior. Fui visitar o meu banco do parque, ele ali estava, sozinho, como quem chamava por mim. Não me pareceu triste por passar a noite só, a respirar o frio, mas senti que ficou mais feliz por eu estar ali a fazer-lhe companhia, pois a sua madeira aquecia. Era ainda manhã cedo, no outro lado do parque, para além da vedação, havia uma paragem de autocarros, os meus olhos instintivamente olharam naquela direcção e ali vi pessoas que esperavam o seu transporte.

Eram pessoas que sofrem e choram, pessoas que riem e amam, miúdos que estão a caminho da escola e, assim como eu tinha que aturar os meus clientes, eles ouvem um professor e outro têm de ouvir... duas mulheres cochichavam a vida de outros. Havia também um homem de pé, encostado a trave da paragem com o jornal da manhã, consegui ler, as letras eram bastantes grandes: «A CRISE QUE O PAIS ATRAVESSA», ao lado de uma notícia de sorte de quem ganhou: «EUROMILHÕES SAI NA FRANÇA».


A vida é um jogo de sorte e azar. Haverá sempre quem leve a vida a rir outros a chorar… Os miúdos, uns serão engenheiros, médicos, doutores… outros carpinteiros, electricistas… ou quem sabe sem abrigo por ai… E é assim que a vida aparenta avançar!

Foi, então, que voltou o mistério enigmático desta manhã, quando me relembrei que estava de novo desempregado, nada me tinha valido toda a experiência de trabalho que bem cedo comecei a ter, nem os estudos na universidade que mais tarde, só quando tive possibilidades económicas, fui fazer. Tudo me parecia uma mentira, cada dia que passava, mais me dava conta de que a vida humana é despida de sentido, se não for vivida sonhando, não interessa o modo, mas sim a intensidade com que a sentimos os nossos sonhos.

Mas nem os sonhos me tiram esta depressão que me atira para este sofrimento intenso invisível aos dias, apenas estes momentos perpetuam o meu sentir. Compreendo agora que a tristeza é inimiga da vida, da alegria, mas é a melhor companheira para o sentir profundo dos sentimentos dentro do nosso silêncio.

Esperem! Além, mais ao longe, está um homem parecendo sem graça, mal vestido, harmónica na boca e um pau na outra mão faz vibrar as grades da sarjeta da rua num som de harmonia, parece estar alheio a tudo, só com o seu mundo… Fiquei com este mistério desta manhã, com que olhar esgazeado se delicia… Ele urge viver intensamente as sensações que a vida no momento lhe pode dar…

Até que o autocarro chega, leva toda a gente dali. Ficou apenas o velho mal-encarado com a sua música e o som dos carros que ali passavam na estrada que traziam homens bem-parecidos, de gravata, e mulheres bem vestidas, belas e bem-parecidas, como quem chama por um amante, lá iam eles, típico português, apenas um dentro de cada carro na direcção aos seus empregos. Selva, que eu tão bem conhecia, todos iam bem treinados para serem melhor que os outros, para vencer. Uma luta, se necessária, contra tudo e contra todos para alcançar um lugar para um status importante na sociedade e estabilidade económica para a família, às vezes, sabe-se lá a troco de quê!

Na verdade também existirão aqueles que a força de trabalhar entrou sem lhes pedir licença. Há a obrigação de ir trabalhar, calados, não vá o diabo tece-las e ainda serem despedidos, pois existem os filhos para criar, um futuro para dar, sem tão pouco questionarem os seus dias. Apenas alguns sonhos que podem surgir quando se vê a novela da noite ou tentar enganar a realidade na ficção de um baralho de cartas com os amigos no bar do costume.

Por aquela altura pensei: deveria ter uma harmónica e um pau na mão para tocar sarjeta, estaria feliz e talvez passasse por ali um turista, achasse graça, e levasse-me como ele dentro da máquina fotográfica.

De volta ao meu parque, à medida que se aproximava as horas do começo da escola e da entrada nos empregos, iam, pouco a pouco, desaparecendo os rostos conformados, e ali ficava eu e o meu banco, agora com as folhas mais calmas, as poucas que existiam pareciam brincar umas com as outras aos pais e aos filhos nas casitas, baloiços e túneis vazios. Não havia crianças, elas estavam no jardim-escola e seus pais no trabalho. Era este rumo e educação que as pessoas da minha cidade tomavam dia após dia, como se a vida nunca fosse acabar, como se uma folha nunca fosse cair.

Havia uma convicção natural ou artificial de serem felizes, por um momento, o parque infantil, torna-se o palco da vida, onde eu, sentado num banco, na plateia olhava a vida, em que, em dias de vento, as folhas mortas vinham para me distrair da peça que estava a ser representada.

E a minha cidade vive com estas regras, ninguém se atreve a quebra-las, parar, dizer chega.

Esta é a minha cidade, como a tua, a deles, as vossas cidades, onde tu vês, eles vêem essas pessoas, e eu aqui neste banco fiquei com a ilusão criada pelas folhas da vida, que foram já folhas gritantes, algumas de rebentos clandestinos, violências das raízes que brotam da terra para mais alto apanharem o sol, folhas que um dia a saudade esquece e morrem de espasmo. Elas fazem sombra no meu pensar, vida no meu olhar e luz no meu pincel a tentar criar a natureza numa tela e, aqui só, fico com a solidão que eu não tenho a certeza se é alegria ou tristeza.

Estou sonhando, não, não estou, o sol esconde-se atrás das nuvens, mas já vai alto, a manhã já começou e é sempre assim, após uma noite acordamos sempre convictos que de manhã, outro dia, haverá sempre luz. Será difícil imaginar como nos sentiríamos se numa manhã dessas acordássemos e não víssemos a sempre esperada luz do dia, nem pensamos nisso! E assim sou eu, sempre uma manhã após uma noite, e, por mais que eu queira, eu não posso escolher, tal como as manhãs e as folhas da vida... embora a minha seja somente minha.