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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

GLADIADORES DO SEC. XXI



















Nas civilizações primitivas, os homens lutavam e matavam-se à paulada.

Até há cerca de 2000 anos, durante seis séculos, imperadores romanos promoveram, como entretenimento da plateia dos coliseus, as lutas dos gladiadores, entre si ou contra animais ferozes. Estas lutas eram um espectáculo preferido dos romanos, e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater. Nesse momento do combate é que era determinado por quem presidia aos jogos, se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reacção dos espectadores do duelo.

Hoje ainda vemos os animais a lutar uns contra os outros. Destroçam-se, matam-se e... comem-se, é natural, para manterem o seu domínio, o seu território, a sua liderança, a sua sobrevivência e a continuação da sua espécie.

Mas, nós, os Homens, tornamos em gladiadores "civilizados" do século XXI. No palco do coliseu das sociedades, as lutas continuam, só que à maneira das lutas "civilizadas", agindo como os nossos antepassados (fomos bem ensinados).

Os homens de hoje, elegantemente vestidos, com gravatas de seda, fatos caros, camisas finas e de marcas elegantes, demagogas e estereotipadas frases e formas externas bem cuidadas e estudadas, ferem e esmagam os seus opositores sem piedade. Não tão com não menos crueldade, selvagismo e ódio dos imperadores romanos ou de um animal não civilizado. Mas, fazem tudo "civilizadamente". A lei da selva continua de pé.

O mais forte destrói o mais fraco. Há que fazer tudo "civilizadamente". Há que portar-se "civilizadamente". Há que matar-se "civilizadamente". Hoje fazemos tudo "civilizadamente". Dão-se falsas desculpas e mente-se "civilizadamente". Atropelam-se os outros "civilizadamente". Rouba-se "civilizadamente"…

Quanto mais débil e vulnerável é a presa, mais se enfurece o caçador, há que fazer agressão para mostrar a sua força.

Passar por cima de tudo e de todos, ganhar todas as batalhas do dinheiro, tornou-se mais importante do que salvar uma vida, ter amizade e dar atenção a alguém que possa precisar.

Organizações mundiais contra a fome, e dos direitos humanos são constituídas, todos nós tentamos de alguma forma contribuir com algo, dão-se modelos económicos e normas de conduta, falamos e tornamos a falar, contudo, perguntamos: - Porque enriquecem os mais poderosos? Porque, cada vez mais, há pobres a serem engolidos e absorvidos numa triste e cruel miséria?

O mais grave em todo este panorama do nosso mundo "civilizado", é que nos acostumamos a isso, e quase não nos impressiona nem nos preocupa. Sem dar-nos conta, não fazemos mais do que os antigos espectadores das plateias dos coliseus, aplaudimos e depois, decidimos quem vai morrer ou continuar a viver.

2 comentários:

  1. Oi Jorge

    Encontro-te neste interessante blogue e num texto que me é muito familiar.

    Quero-te convidar para que possas enviar os teus pecados.

    www.7pecados.blogtok.com

    Vou referenciar teus blogues na poesia.

    www.poesia.blogtok.com

    Grande abraço

    JSL

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  2. Mas, nós, os Homens, tornamos em gladiadores "civilizados" do século XXI. No palco do coliseu das sociedades, as lutas continuam, só que à maneira das lutas "civilizadas", agindo como os nossos antepassados (fomos bem ensinados).
    Amei...nem tenho palavras para expressar minha emoção com o que vc diz...seu trabalho...uau
    gostaria muito de falar com vc, desejo fazer um filme sobre Lou Salomé, leio e vivo as voltas com o erostismo, o amor e a criação, sei que vou mudar o mundo um pouquinho com minha passagem...
    www.pandorastudio.com.br
    ou no Faceboock
    Jamile Abdallah
    to publicando o link dos seus blogs e pequenos trechos do que vc diz...olha vou me apresentar nas palavras de um outro poeta:
    É quase raro deparar com uma pessoa seriamente produtiva que permanece em sua própria quietude ou simplesmente no meio de sua melodia, ao lado da pulsação honesta de seu coração”

    “ mas ser o que eu sou, viver o que me foi destinado viver, querer soar o que ninguém mais pode soar, brotar as flores ditadas ao meu coração: é isso que eu quero – e isso decerto não pode ser arrogância” rilke

    Jamile

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